5 de agosto de 2013

o que fica

sempre alguma coisa, nem que seja só um fio de uma boa lembrança, de uma bonita ex-esperança.

29 de junho de 2013

um outro fim

o adeus a você está dado, ao que parece.
anteontem sonhei diferente, você me questionava o que tinha dado errado, pensando ser o que não era. e foi só isso.

fui ao encontro de um antigo amor, do qual também tenho que me despedir diariamente por não ser mais o mesmo, embora o queira, e descobri outro, tão mágico quanto.
 
hoje a despedida está reconfigurada. não será mais de uma pessoa, mas de sonhos equivocados. a parceria que sonhei não terei, mas um vislumbre dela, por amostra ou convivência, é possível.
hoje planejo estar ao menos por perto do amor que queria viver, recebendo o que posso ter, sem deixar de caminhar com Ele, como achei que precisaria. aceito. despeço-me de minhas ilusões e então percebo o quanto elas me formaram, por isso é tão dolorido.

aceito estar só mesmo acompanhada. prometo tentar me adaptar.

que esse fim seja um novo começo.

12 de junho de 2013

buu!

aniversário dele. planejei indiferença, mas não consegui. uma mensagem, um 'obrigado' e à noite, mais um sonho ruim com minha querida assombração.
me acostumei.

6 de junho de 2013

há um ano

hoje faz um ano que você fez o pedido mais lindo algumas semanas depois de ter me dito que não era mais romântico porque mulheres não gostam disso. por uma série de razões que já não cabem ser mencionadas, eu não toquei a realidade quando tudo acontecia. eu tremia, sorria, fazia graça, pulava, mas não reconhecia como minha a história que acontecia diante de mim. eu não conseguia acreditar que era comigo, que era pra mim. medo de acreditar, a maior ousadia que pode um ser humano.
estou resistindo a rever fotos do dia. estou tentando evitar pensar e reeditar lembranças, mas nunca fui boa nisso. acabei de sonhar com você. um sonho horrível. eu tinha esquecido algo na sua casa e precisei voltar para buscar, você chegou, me encontrou lá e me ignorou. nem o esboço de um cumprimento, nem um resquício de atenção, eu não era mais que um móvel na sala. saímos de casa na mesma hora, mas não juntos. você se distanciou sem dizer tchau, olhou na minha direção só quando virava a esquina.
indiferença, invisibilidade, nulidade. não faz sentido pra mim ser nada de quem já foi tudo. nunca fez. os ex-amores distanciados são meu inconformismo. como conseguimos isso? alguém que esteve tão perto por eleição passar a ser o mais distante por algum desencontro irremediável? é preciso tudo isso? trazer para tão perto e depois arrancar, apagar o rastro, o traço daquele outro na sua vida? como viramos do avesso os sentimentos dessa forma? por que eu quereria manter distante de mim alguém que me conheceu tanto? talvez porque me desnudar e me expôr é prova de amor das mais difíceis para mim. e irrevogável.
não sinto mais dores com relação a nós, só sinto saudade.
a vontade de te ligar não passa, mas também não me vence.
é, não parece, mas tá passando.

4 de junho de 2013

para me derramar

acho que está faltando alguém para eu gostar, isso sim. porque eu tenho um amor acumulado no peito, uma vontade de acarinhar, mimar, fazer vontades, me render. até o passado visitei para encontrar quem amar e só somei mais um desencontro à coleção deles.
eu sei que a gente não tem quase nada a ver. é só eu olhar com mais frieza para nós que consigo sublinhar as diferenças todas, mas essa vontade de me dar, esse amor querendo extravasar me faz lembrar como é (foi) bom tentar, amar, lutar, acreditar. é também - e talvez principalmente - isso que não me deixa esquecer.

3 de junho de 2013

senti saudade quando tive medo. só pensava que se estivesse ali você iria segurar forte a minha mão como fazia e me puxar para sairmos daquele lugar.
me surpreendeu que na desproteção eu ainda me lembre de você.
à distância, fantasio. esse que me habita a imaginação e os sonhos não existe.

27 de maio de 2013

Acho que acabou mesmo. A melancolia eventual, a solidão agora habitual já não tem mais a ver com ele. Já não me lembro dele quando preciso de alguém, quando me sinto só ou quando sonho com o futuro. 
A realidade venceu, afinal.
Ainda incomoda a presença, a existência, agora por um outro viés, o da comparação. Quem está melhor parece ter se tornado minha nova preocupação, o parâmetro doentio do meu bem-estar. Nova prisão, a da necessidade de provar que não sou tão má, não sou só fracasso e dor. Quando não me desempenho como eu gostaria ou deveria, agora é a imagem dele que me ocorre, como um fantasma. É pela comparação com ele e os seus que me vejo medindo o meu sucesso em áreas importantes da vida, como a espiritual, religiosa, relacional, vocacional, amorosa e até estética. A reprovação marcou mais do que eu imaginei.
Recalculando a rota para sair desse labirinto.